Pablo Marçal evita beber água oferecida por emissora de TV durante debate, alegando preocupação com possível envenenamento.

O encontro realizado pela RedeTV! é o primeiro após José Luiz Datena (PSDB) jogar uma cadeira em Pablo Marçal

Pablo Marçal apareceu com mão enfaixada no debate da Rede TV/UOL

BRASÍLIA - O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) se recusou a beber água oferecida pela RedeTV! durante debate realizado na manhã desta terça-feira (17). Ele alegou risco de envenenamento.

O encontro realizado pela RedeTV! é o primeiro após José Luiz Datena (PSDB) jogar uma cadeira em Pablo Marçal no último domingo (15), na TV Cultura. Apesar do incidente, todos os principais postulantes ao cargo foram ao evento na RedeTV!. 

O apresentador José Luiz Datena foi o primeiro candidato a chegar aos estúdios da RedeTV! na manhã desta terça-feira. Ele começou o debate comentando a confusão do último embate entre os candidatos. 

Aproveitando uma dobradinha com Guilherme Boulos (Psol), Datena comentou que as polêmicas dos debates não seriam mais lembradas que os problemas, Datena afirmou esperar que o respeito à democracia parte do debate. 

“Não estou feliz pelo que aconteceu no último debate, mas meu pai me ensinou que tenho que honrar minha família até a morte”, afirmou Datena.

Marçal não quis dar entrevista ao chegar no estúdio antes do debate, e disse que deve falar com a imprensa após o encontro já que chegou “em cima do horário”. 

O ex-coach chegou a discutir com um repórter do UOL, tentando desmentir o jornalista, afirmando que não havia dito que não falaria com a imprensa. Ele chegou a interromper a participação do repórter, que devolveu a imagem para o estúdio.

Datena usa propaganda eleitoral para justificar cadeirada

José Luiz Datena usou a propaganda eleitoral gratuita no rádio, na manhã desta terça-feira, veiculada pouco antes do debate na RedeTV!, para justificar a agressão a Pablo Marçal durante o embate de domingo.

Na peça divulgada nesta terça-feira, é reprisado o momento que antecedeu a agressão física. Um locutor questiona o que ouvinte faria se “alguém dissesse isso para você na frente de milhões de telespectadores e na frente da sua família”. 

Na sequência é reproduzida a declaração de Marçal dada antes da agressão. “Datena, a gente quer saber que você é um arregão. Você atravessou o debate outro dia para me dar um tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso”. Na edição, a última frase é repetida duas vezes. “Pois é, o Datena fez o que você pensou”, diz o locutor ao fim da propaganda.

Durante o quarto bloco do debate entre os candidatos, Marçal provocou Datena sobre uma possível desistência do tucano, questionando quando ele iria “parar com essa palhaçada”. No bloco anterior, o apresentador já tinha se irritado sobre a menção, feita pelo influenciador, de uma acusação de assédio, afirmando que Datena teria pago à vítima pelo silêncio.

Após a agressão, o debate foi imediatamente interrompido para os comerciais. No bloco seguinte, o programa continuou, mas sem os dois candidatos. Em nota, a assessoria de Pablo Marçal lamentou o ocorrido e criticou a retomada do debate pela emissora.

Em entrevista logo após o fim do debate, Datena disse não se arrepender do que fez e chama Marçal de “mentiroso” ao mencionar o suposto assédio, destacando que o caso foi arquivado pela Justiça.

“Minha sogra morreu por conta dessas acusações, durante esse período em que todos nós, da nossa família, sofremos uma acusação de mentira e daí por diante. Ninguém suporta isso. Ela teve três AVCs e morreu muito por causa disso. E agora eu achei que devia uma satisfação a ela por ter sido acusado por um canalha desses”, justificou.

Datena diz ter “lavado a alma de milhões de pessoas”

Na segunda-feira (16), o candidato do PSDB se pronunciou apenas por meio de nota. Datena admitiu o erro em ter agredido Marçal, mas não se arrependeu. Segundo ele, o adversário demonstrou durante toda a campanha eleitoral sua falta de caráter e representa “uma ameaça” à cidade de São Paulo.

Datena disse ainda que com o episódio da cadeirada, espera ter “lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado”.